domingo, 5 de agosto de 2012

Estresse Infantil


Estresse Infantil





O que fazer e como detectar

Em crianças e jovens, uma situação estressante pode provocar tristeza, ansiedade, indiferença ou baixo rendimento escolar. Tudo depende da reação que a pessoa tiver para se adaptar ao fator gerador do estresse. 
Não existe um único fator desencadeador, mas está claro que o estresse infantil pode ser provocado por diversos fatores ou situações que requeiram adaptação ou mudança e que produzem ansiedade e tensão. São os chamados "estressores" e podem ir desde o nascimento de um novo integrante da família, até falar em público, passando pela ida ao dentista, uma prova no colégio ou esquecer-se de fazer uma tarefa ou trabalho. Como detectar os sintomas do estresse e o que fazer para reverter a situação?
O estresse infantil é definido como "um conjunto de reações, tanto biológicas como psicológicas, que são produzidas perante situações que alteram o equilíbrio geral da criança", assinala a psicóloga clínica Marcela Ferreiro. As situações que geram estresse podem ter diferentes fontes.
A vida acelerada e cheia de mudanças que se vive nas cidades, a morte de algum familiar, o maior nível de exigência no colégio ou a separação dos pais são alguns dos fatores mais fortes que produzem estresse infantil. Bombardeados por estímulos e informações, adultos e crianças vivemos sem processar adequadamente o que nos acontece e enfrentamos demandas do ambiente, que costumam ser de alto impacto. Em um cenário como esse, seria fácil dizer que o mais provável é que seja produzido um quadro de forte estresse. Entretanto, nem sempre é assim, e existem crianças que, ao enfrentar estímulos semelhantes, atuam de maneira totalmente diferente.  
"Cada criança reage de forma diferente ao estresse", assegura Marcela Ferreiro. "E embora seja possível mencionar alguns indicadores, os sintomas de estresse infantil variam de acordo com o ambiente familiar e escolar."
Nesse sentido, afirma a profissional, "para tratar uma situação de estresse não bastam as definições gerais, é necessário identificar os recursos com os quais cada criança conta para se adaptar. Sabendo disso, os pais têm um conhecimento privilegiado dos filhos".


Como os pais podem ajudar:
Se cada criança é diferente, os pais, que geralmente são os maiores conhecedores dos próprios filhos, podem e devem ajudá-las a reagir ante o estresse de forma saudável. A psicóloga assinala os seguintes exemplos:
•Dar à criança condições de segurança em sua casa,
•Incentivar a tolerância à frustração,
•Cuidar para que o colégio seja o mais adequado possível à personalidade da criança,
•Promover habilidades comunicativas que os ajudem a expressar sentimentos, preocupações e medos,
•Ensiná-los a serem assertivos, a pedir ajuda e a saber dizer não ao enfrentar
determinadas situações,
•Promover momentos tranquilos com a criança,
•Escutar sem criticar,
•Promover a autoestima por meio do afeto incondicional e participação em tarefas gratificantes,
•Conhecer as situações que são estressantes para as crianças e tentar evitá-las,
Reconhecer os sinais de estresse não resolvido na criança
•Ter um descanso diário, adequado e relaxante. Inclusive, para crianças, praticar ioga pode ser de grande ajuda,
•Procurar ajuda profissional quando os sinais de estresse não diminuírem, nem desaparecerem em um período de tempo prolongado.

Recordemos os seguintes sinais de alerta:
Os pais podem suspeitar que uma criança tenha estresse excessivo se ela tiver vivenciado uma situação potencialmente estressante e começar a mostrar sintomas físicos como os seguintes:
*Dor de cabeça,
*Mal-estar estomacal,
*Problemas para dormir,
*Pesadelos,
*Urinar na cama pela primeira vez ou de maneira recorrente,
*Diminuição do apetite,
*Mudanças nos hábitos alimentares.

Também é possível detectar o estresse se ocorrerem alguns dos seguintes sintomas emocionais ou de conduta:

•Ansiedade,
•Preocupações,
•Incapacidade de relaxar,
•Irritabilidade,
•Medos novos ou recorrentes,
•Grudar em um adulto e demonstrar que não pode perdê-lo de vista,
•Incapacidade para controlar emoções,
•Comportamento agressivo,
•Comportamento teimoso ou regressão a comportamentos típicos de etapas anteriores do desenvolvimento.